Não trate alunos de EJA
como crianças
Editado
por Beatriz Vichessi (novaescola@atleitor.com.br)
Pessoas
com mais de 15 anos - mesmo na condição de alunos - não são crianças crescidas.
Da mesma forma que, no trabalho, um senhor de 50 anos não ouve do chefe
"Vamos fazer um relatório bem bonitinho", ele não deve vivenciar
situações como essa na escola.
O trato
infantilizado é um dos motivos da evasão nas turmas de Educação de Jovens e
Adultos (EJA) e nasce com a ideia equivocada de que se deve dar ao estudante,
jovem ou adulto, o que ele não teve quando criança. Por causa disso, é preciso
também mudar a abordagem e, muitas vezes, o conteúdo. Trabalhar com material
didático infantil sem levar em conta as expectativas de aprendizagem e os
conhecimentos prévios é um equívoco com a mesma raiz.
A EJA tem
de ser encarada como um atendimento específico, que pede um currículo próprio.
Só assim o grupo vai aprender e tomar consciência do que está fazendo. Se o
educador quiser abordar a origem do ser humano, deve tratar o tema de forma
adulta, com respeito à diversidade religiosa - sem se desviar das propostas
curriculares - e aprofundar a discussão científica, mais do que faria numa
turma de crianças.
E, embora
a necessidade de respeito à vivência prévia valha para todos os alunos, seja lá
qual for a idade deles, no caso de jovens e adultos essa é mais uma premissa
fundamental. Cantigas e parlendas - usadas na alfabetização dos pequenos -
podem ser substituídas por poesias, mais apropriadas para os leitores mais
velhos.
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