"Ela é uma moça de poses delicadas, sorrisos discretos e olhar misterioso.
Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser, um toque de intuição e um tom de doçura.
Ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, uma solidão de artista e um ar sensato de cientista.
Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo.
Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez.
Ela tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna."
Caio Fernando Abreu
Que te dizer?
Que te amo, que te esperarei um dia numa rodoviária, num aeroporto, que te acredito, que consegues mexer dentro-dentro de
mim?
É tão pouco.
Não te preocupa.
O que acontece é sempre natural se a gente tiver que se encontrar, aqui ou na China, a gente se encontra.
Penso em você principalmente como a minha possibilidade de paz , a única que pintou até agora...
“Nesta minha vida de retinas fatigadas”.
E te espero.
E te curto todos os dias.
E te gosto. Muito...
Odeio amar, não é engraçado?
Amanhã tento de novo.
Amar só é bom se doer.
Não sei qual é o Deus padroeiro das cartas, mas de qualquer maneira a noite de hoje foi dedicada a ele.
Hoje eu queria alguém que me dissesse que eu não precisava me preocupar...
Um ombro, uma mão.
Desculpe tanta sede, tanta insatisfação.
Amanhã, amanhã recomeço.
Te espero, te gosto, te beijo..
Caio Fernando de Abreu
Minha lâmpada de cabeceira está estragada.
Não sei o que é, não entendo dessas coisas.
Ela acende e, sem a gente esperar, apaga.
Depois acende de novo, para em seguida tornar a apagar.
Me sinto igual a ela: também só acendo de vez em quando, sem ninguém esperar, sem motivo aparente.
Para a lâmpada pode-se chamar um eletricista.
Ele dará um jeito, mexerá nos fios e em breve ela voltará a ser normal, previsível.
Mas e eu?
Quem desvendará meu interior para concertar meus defeitos?
Lá está ela, mais uma vez.
Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso.
Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever.
Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa.
Acredito que essa moça, no fundo, gosta dessas coisas.
De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar.
Ela não desiste e leva bóias.
E se ela se afogar, se recupera.
Estranho é que ela já apanhou demais da vida.
Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é?
A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?
A moça.. ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também.
Porque amar também é isso, não?
Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando.
Daí você espera por alguém que venha te curar.
As vezes esse alguém aparece, outras vezes, não.
E pra ela?
Por quem ela espera?
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.
A moça que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca levanta e segue em frente.
Não por ser forte, e sim pelo contrário...
Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência.
E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda.
Eu vou gostando, eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou...
E continuo indo, assim, desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos.
E vou dando muito de mim, e aceitando o pouquinho que os outros têm para me dar.
Caio Fernando de Abreu
Ela é...
Ela é uma moça de poses delicadas, sorrisos discretos e olhar misterioso.
Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser, um toque de intuição e um tom de doçura.
Ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, uma solidão de artista e um ar sensato de cientista.
Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo.
Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez.
Ela tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna.
Lá está ela, mais uma vez.
Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso.
Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever.
Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa.
Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas.
Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas.
De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar.
Ela não desiste e leva bóias.
E se ela se afogar, se recupera.
Estranho é que ela já apanhou demais da vida.
Estranho é que ela já apanhou demais da vida.
Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta.
E quem não é?
A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?
A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também.
A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?
A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também.
Porque amar também é isso, não?
Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando.
Daí você espera por alguém que venha te curar.
Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não.
Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não.
E pra ela?
Por quem ela espera?
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.
A moça que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca levanta e segue em frente.
Não por ser forte, e sim pelo contrário…
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.
A moça que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca levanta e segue em frente.
Não por ser forte, e sim pelo contrário…
Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência.
E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda.
Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.
Dessa vez não vou evitar dizer o que está na minha cabeça só porque eu sei que minha mente ariana vai negar no dia seguinte, não fugirei de palavras bonitas porque quem diz não é uma pessoa perfeita, não arrumarei mil defeitos pra brigar contra as novecentas e noventa e nove qualidades, não desviarei meus olhos por medo de ter minha mente lida, não sumirei por medo de desaparecer, não vou ferir por medo de machucar, não serei chata por medo de você me achar legal, não vou desistir antes de começar, não vou evitar minha excentricidade, não vou me anular por sentir demais e logo depois não sentir nada, não vou me esconder em personagens, não vou contar minha vida inteira em busca de ter realmente uma vida.
Dessa vez não vou querer tudo de uma vez, porque sempre acabo ficando sem nada no final.
Estou apostando minhas fichas em você e saiba que eu não sou de fazer isso.
Dessa vez não vou querer tudo de uma vez, porque sempre acabo ficando sem nada no final.
Estou apostando minhas fichas em você e saiba que eu não sou de fazer isso.
Mas estou neste momento frágil que não quer acabar.
Fiquei menos cafajeste, menos racional, menos eu.
E estou aproveitando pra tentar levar algo adiante.
Relacionamentos que não saem da primeira página já me esgotaram, decorei o prólogo e estou pronta pro primeiro capítulo.
Ele pode estar olhando tuas fotos neste exato momento.
Por que não?
Passou-se muito tempo, detalhes se perderam.
E daí?
Pode ser que ele faça as mesmas coisas que você faz escondida, sem deixar rastro nem pistas.
Talvez, ele passa a mão na barba mal feita e sinta saudade do quanto você gostava disso.
Ou percorra trajetos que eram teus, na tentativa de não deixar que você se disperse das lembranças.
As boas.
Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em você.
Todos os dias.
E, ainda assim, preferir o silêncio.
Ele pode reler teus bilhetes, procurar o teu cheiro em outros cheiros.
Ele pode ouvir as tuas músicas, procurar a tua voz em outras vozes.
Quem nos faz falta, acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta.
Não há escape.
Talvez, ele perceba que você faz falta e diferença, de alguma forma, numa noite fria.
Você não sabe.
Ele pode ser o cara com quem passará aquele tão sonhado verão em Paris.
Talvez, ele volte.
Ou não.
"Afastarei de você com o gesto mais duro que conseguir,
e direi duramente que seu amor não me toca nem me
comove, e que sua precisão de mim não passa de fome.
Acho que é isso que você não é capaz de compreender,
que as pessoas, um dia, passam á não querer mais o que tem.
E a gente esquece sabendo que está esquecendo."
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